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01/02/2021

Categoria do magistério paulista pode entrar em greve caso o governo insista em aulas presenciais sem vacinação

O Centro do Professorado Paulista lamenta a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que, na tarde desta sexta-feira (29), autorizou a volta das aulas presenciais no estado de São Paulo, em fevereiro. O retorno havia sido suspenso na quinta-feira (28) por decisão de primeira instância.
Infelizmente, o presidente do TJ, desembargador Geraldo Pinheiro Franco, afirmou que “a proteção à vida sempre prevalece, mas tem de ser dinamizada como fundamento para o fechamento das escolas”. Para Franco, a decisão da juíza Simone Casoretti levaria, na prática, “a um lockdown, o que não cabe ao Judiciário decretar”.

A ação contra a volta às aulas foi apresentada pelo Departamento Jurídico do CPP e outros sindicatos (Afuse, Apase, Apeoesp, Udemo e Afepesp). A magistrada da primeira instância argumentou que as medidas de proteção aos professores são insuficientes e que o Estado deveria aguardar a vacinação da categoria antes de adotar a medida.

O governo de São Paulo recorreu ao TJ e obteve com a decisão de Franco o direito de reabrir as escolas no estado. “Vamos brigar até o fim. Nosso Departamento Jurídico entrará com medida para derrubar essa insensatez do governador. É uma arbitrariedade e uma irresponsabilidade retornar às aulas com a pandemia em alta e ainda com uma nova variante do vírus, que é mais contagiosa. Não podemos aglomerar pessoas. Isso é uma insensatez sem tamanho”, diz Silvio do Santos Martins, segundo vice-presidente do CPP.

A diretoria do CPP preza pela vida dos profissionais da Educação neste momento porque conhece a realidade escolar, suas características e fragilidades. Diversos países que reabriram as escolas precipitadamente precisaram reavaliar o processo de reabertura, pela insegurança gerada em meio ao aumento de casos de Covid-19, a exemplo dos EUA, França, Israel, entre outros. O CPP, representando 120 mil professores do estado de São Paulo, não aceita a reabertura das escolas no auge da pandemia. Mesmo porque, assim como outras entidades da categoria, não foi convidado pelo secretário da Educação, Rossieli Soares para debater o retorno das aulas presenciais.

O CPP tem plena convicção de que somente após a imunização dos profissionais da Educação o retorno às aulas presenciais será seguro e efetivo. Até lá, o ensino remoto segue como aliado. Vale enfatizar: professores não estão em férias. O magistério continua trabalhando, e muito, na tentativa de amenizar o problema causado pela pandemia.

O secretário de Educação deveria dialogar com a classe, em vez de ser arbitrário.

Sede Central CPP – 29.01.2021 – 18h40 

Link: https://www.cpp.org.br/acontece-no-cpp/item/16358-secretaria-de-educacao-suspende-ativiades-em-osvaldo-cruz?fbclid=IwAR1QA9lTPa6AMOhsO3jEB8xw-0o7mP8shUGyYGgjm_Acri0RNv5eAWrSNjk