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27/07/2018

Curso, ministrado pela psicóloga e psicopedagoga Patrícia Menk, ocorreu nos dias 7, 14 e 21 de julho; foram entregues certificados de conclusão para 73 participantes. Iniciativa foi articulada pelo CPP-Limeira 

O curso Capacitação em T.E.A. (Transtorno do Espectro Autista): Abordagens Terapêuticas e Educacionais, ministrado pela psicóloga e psicopedagoga Patrícia Menk, finalizou atividades no último dia 21 de julho. De iniciativa do CPP (Centro do Professorado Paulista – Regional de Limeira), o projeto, aplicado nos três primeiros sábados do mês (dias 07, 14 e 21) em sala gentilmente cedida pela Faculdade Anhanguera, possibilitou aos participantes um estudo e contato mais amplo com o tema. Participaram da capacitação: psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos, arte educadores e educadores físicos, além de estudantes universitários destas áreas. Foram dezenas de inscritos que, além de Limeira, vieram das seguintes cidades: Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Rio Claro, Rio Das Pedras, Cordeirópolis, Iracemápolis, Nova Odessa e Sumaré. Obtiveram 100% de presença 73 participantes que receberam o certificado de conclusão, com carga de 30 horas.

Abordagens

No primeiro sábado, Patrícia Menk trabalhou aspectos mais gerais sobre a questão, englobando: introdução ao tema, incidências e características. Segundo o material expositivo, exibido por meio de slides: “O transtorno do espectro do autismo é caracterizado por déficits persistentes na capacidade de iniciar e sustentar a interação social recíproca e a comunicação social, e por uma série de padrões de comportamento e interesses restritos, repetitivos e inflexíveis”. Prosseguindo, Patrícia trouxe dados e estatísticas: o CDC (Center of Deseases Control and Prevention – Estados Unidos), revela que uma criança a cada 68 nasce com o transtorno. A maioria são meninos e, em média, de cada cinco crianças quatro são meninos e uma apenas é menina. Os dados recentes mostram um aumento no número de casos. Ainda, entre uma série de outros conteúdos trabalhados, Patrícia mencionou que o diagnóstico é realizado com base em critérios clínicos e comportamentais e que não depende de exames laboratoriais. “O diagnóstico é difícil e requer tempo, para se considerar a hipótese de autismo temos que excluir outras coisas. Há muitos casos de criança com surdez, pois não falam e não ouvem, ignoram. Tem que excluir os outros casos, entre eles, também há: deficiência intelectual profunda, outros transtornos psiquiátricos, questões orgânicas, entre outros. Há muito preconceito ainda, pois um fonoaudiólogo, por exemplo, pode suspeitar e sugerir um psiquiatra, aí têm mães que resistem, pois acreditam que psiquiatra é médico de ‘louco’ e, com isso, vai se perdendo tempo. Há uma camada de desinformação e preconceito”, afirmou Patrícia.

No segundo ciclo da capacitação, foi abordado sobre ações pertinentes às áreas de atuação terapêutica e educacional. Com a pergunta: “Meu filho tem T.E.A. e agora?”, mostrada em slide logo no início, Patrícia discorreu os conteúdos. As orientações imediatas aos pais são: iniciar o quanto antes programas de intervenção, tratamento intensivo com a maior frequência possível, escolarização inclusiva sempre que possível, suficiente atenção adulta, treinamento aos pais é também importante e a atuação multidisciplinar. “Os pais são ‘coterapeutas’, não existe isso de só deixar a criança na escola ou com o profissional e o pai vai embora, volta e pronto… Não funciona assim, a criança passou por uma série de intervenções e os pais têm que dar continuidade”, observou Patrícia.

Ainda sobre os tratamentos e o manejo, foi ministrado: noção de transtorno e doença, foco em promoção de desenvolvimento, favorecer a qualidade de vida, independência, autonomia, atuação do psicólogo, neurologia e psiquiatria, terapia ocupacional, o papel da escola, entre outros. “O autista precisa aprender a ler e escrever? Sim, mas este não é o foco prioritário em sua vida. Muitos pais fazem pressão para o filho aprender a ler e escrever e a criança tem muito a fazer antes de ser alfabetizada e tudo isso precisa ser organizado e sistematizado”, destacou Patrícia.

No terceiro e último dia de atividades, teve ênfase as ações relacionadas com a prática multidisciplinar, importante fator dentro do contexto e funciona quando vários profissionais e especialistas trabalham em conjunto na busca de um objetivo comum. Tem se tornado algo crescente nos últimos anos e é essencial nos casos de T.E.A. a multidisciplinaridade. Cada profissional atua de acordo com sua especialização e, quando combinados, o grau de eficiência aumenta. “Isso ainda está se construindo enquanto prática, ele já existe como conceito e, na prática, é de aplicação um pouco mais complexa, pois são cinco profissionais em torno de uma só pessoa. Trata-se de uma ferramenta extremamente desejável”, declarou Patrícia.

Ainda nesta etapa, foram expostos métodos práticos de trabalho, como por exemplo: o Projeto Terapêutico Singular que possibilita, dentro de todo um contexto, a participação, reinserção e construção de autonomia para a pessoa. Os participantes contribuíram falando casos que já vivenciaram ou vivenciam e puderam participar esclarecendo dúvidas. O terceiro dia de capacitação teve olhar um pouco mais prático e incentivou ainda mais a discussão de ideias.

Nos momentos finais foi cedido espaço para que Ivânia Hebling Martins, que participou de toda a capacitação, pudesse explicar sobre um projeto de ilustrações pedagógicas, desenvolvido por ela, para auxiliar os pais de crianças especiais nas rotinas diárias destas crianças.

A diretora geral do CPP-Limeira, Prof.ª Dora Arcaro, falou ao público a respeito do trabalho que a entidade vem desenvolvendo sobre a temática autista e reforçou que os objetivos do CPP em cima desta questão vão ainda mais adiante. O CPP tem se articulado para ser mais um corpo de atuação e auxílio aos limeirenses que, direta ou indiretamente, convivem com essa difícil situação.

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Mais sobre a capacitação: 

 

Início das inscrições 

> https://cpplimeira.com.br/treinamento-e-capacitacao-sobre-autismo-sera-realizado-pelo-cpp-em-julho/

Primeiro dia de atividades 

https://cpplimeira.com.br/treinamento-e-capacitacao-sobre-o-autismo-primeiro-dia-de-atividades-ocorreu-no-sabado-07/

Segundo dia de atividades 

> https://cpplimeira.com.br/segundo-dia-do-treinamento-e-capacitacao-sobre-autismo-ocorreu-no-sabado-14/ 

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Infográfico: 

 

Confira as fotos: