Encenação emocionou não somente ao público, mas também aos atores
A peça “A Paixão de Cristo – Em Verso e Voz”, que conta, por meio de atuações e interpretações teatrais, o calvário de Jesus e sua ressurreição, organizada pelas igrejas Nossa Senhora de Lourdes, São Paulo Apóstolo e Igreja Santa Adélia e que teve a participação de atores cedidos pela oficina do CPP (Centro do Professorado Paulista), foi encenada ao público na noite da última Sexta-Feira da Paixão (03), na pista de skate do Jardim Caieira. O espetáculo foi coordenado e dirigido por José Farid Zaine, que também ocupa a vice-diretoria do CPP-Limeira.
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O local em que a peça foi encenada passou por adaptações e recebeu também a instalação de caixas de som e iluminação, tudo para proporcionar, da melhor forma possível, um ambiente propício para poder acomodar toda a produção da peça como também o público, que compareceu em bom número. Muitos se emocionaram, como relatou a dona de casa Lúcia Helena, que fortalece ainda mais a fé em Deus e nos ensinamentos religiosos em períodos como esse. “Eu chorei do começo ao fim, chorei mesmo. A apresentação foi belíssima, tudo muito bom. Precisamos disso hoje em dia, conhecer sobre Deus e a participação de jovens em iniciativas como essa é importante”, comentou ela que é católica e frequenta a Igreja Nossa Senhora de Lourdes.
Atuações e emoção
Aproximadamente 30 atores trabalharam, todos com figurinos típicos da época, entre eles Felipe Mettitier, 18 anos, o maior protagonista, interpretou ninguém menos que Jesus Cristo. Mettitier sempre gostou de teatro. “Essa foi a minha maior participação teatral frente a um grande público. Apesar de não ser um ator formado, sempre em apresentações teatrais, seja na igreja ou na escola, gostava de participar. Na Paixão de Cristo me atraí ainda mais pela história, pois o teatro é mais uma forma de lembrar de Jesus e de trazer esperança e fé às pessoas”, disse Mettitier que citou ainda qual momento da apresentação mais exigiu dele como ator. “O momento da cruz foi exigente, pois tive que segurá-la e ainda manter o equilíbrio sobre os pés, sempre tomando cuidado para ficar dentro da personagem, porém acho que foi o momento mais bonito por ter Maria aos meus pés, pois sendo devoto de Nossa Senhora das Graças, isso mexeu muito comigo”, disse.
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Interpretar Jesus Cristo não foi tarefa fácil, pois Felipe Mettitier, assim como os demais atores, ensaiaram e se preparam desde o começo de 2015, a responsabilidade de ser o protagonista aumenta, não só pelo peso de ser Jesus, mas também pelo caráter emocional. “Com certeza foi uma grande responsabilidade. Fazer um Deus que desce dos céus e no alto de sua divindade morre pelas suas criaturas. Isso não tem explicação, é puro amor”, relatou.
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Karolini Fernandes, de 17 anos, teve participação dupla, interpretou Salomé e ainda uma das pessoas que acompanham os últimos momentos de Jesus antes da crucificação. Karolini passou pela experiência de ainda ter que dançar na apresentação, ação que era necessária à personagem Salomé. “Como Salomé ter que dançar foi algo a mais na minha atuação, que acabou gerando dificuldade”, disse. A jovem afirmou ainda sobre a emoção de atuar. “Quando interpretei uma das pessoas que acompanham o sofrimento de Cristo, em uma das cenas eu critico todos aqueles que querem ver Jesus morto e me jogo aos seus pés, nesse momento eu comecei a chorar de verdade, essa parte e a da crucificação me emocionaram bastante”, disse.
Direção
Desde janeiro, pelo menos uma vez por semana, o diretor Farid Zaine trabalhou com o elenco, tendo o auxílio dos assistentes de direção Evandro Leite da Silva e Luiz Tomazinho. Em todo esse tempo não só o texto e sua memorização foram trabalhados, houve também todo um preparo de expressão corporal, voz, busca de intenção, além de outros elementos que, somados, dão vida às personagens. Farid Zaine citou a participação do público. “Um espetáculo se completa quando tem público, esse daqui é muito bom, compenetrado e que compôs a cena com suas velas. É tudo o que um diretor espera, que o espetáculo aconteça dessa forma”, afirmou. Ele ainda falou a respeito da responsabilidade de dirigir espetáculos em que as pessoas conhecem a história. “Teatro é teatro, independente do tema ser religioso ou não, tem que se trabalhar da mesma forma, porém se torna um pouco mais difícil quando o público já conhece a história. Mas quando nós introduzimos outros elementos como fizemos aqui, por meio do texto, mais provocativo e contextualizando, a história da Paixão de Cristo se torna um desafio maior, mas também compensador”, finalizou Farid Zaine.
A sensação de dever cumprido tomou conta de todos os envolvidos, a peça, ainda que encarando dificuldades e contratempos, correspondeu a todas expectativas e, na medida do possível, o sofrimento de Jesus foi interpretado e lembrado, algo que serve, ano a ano, para renovar a crença e a fé das pessoas, independente da religião, etnia e classe social.
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